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Luzia Miranda

Marcha "Estupro Nunca Mais" - Campus UFPA/ Guamá.

Na manhã de 1º de junho, às 10h30 as/os membros do GEPEM/UFPA, através do Observatório Regional da Lei Maria da Penha realizaram um protesto intitulado "Marcha Estupro Nunca Mais" dentro do Campus Universitário José da Silveira Neto – Guamá, concentração em frente ao IFCH- Instituto de Filosofia e Ciências Humanas/UFPA.

O protesto, de natureza militante e política de docentes, alunas e alunos que têm participado dos estudos sobre o problema da violência contra as mulheres, sobre os feminismos e a questão dos gêneros, espera agregar e incentivar mais pessoas que circulam diariamente no Campus para a situação em torno da vivencia sob uma cultura de violência que motivou o estupro coletivo de uma adolescente, por mais de 30 homens, em uma comunidade do Rio de Janeiro.


O fato tem suscitado, nas redes sociais, comentários extremos de culpabilizações à vítima, sendo apontada como a responsável por esse ato.

Há muito tempo a cultura machista também dificulta o acolhimento das vítimas pela polícia, desacreditando-as durante todo o processo e fechando com “chave de ouro” as averiguações que são feitas, absolvendo o agressor.


O que é preciso evidenciar é que essa cultura se instalou com um sistema patriarcal em que os costumes, normas e valores, discursos e práticas se estabeleceram e submeteram a sociedade a modelos de comportamento que definiram e legitimaram desde os gestos de mulheres e homens, às roupas, comportamentos, atitudes, decisões e convivência. Em cada momento esses modelos se adaptaram às novas regras e decisões da sociedade, entranhando-se na aprendizagem do dia-a-dia das pessoas e fazendo parte das instituições que estas dirigem. Então o círculo se fecha e a naturalização de atitudes agressivas são tratadas como “naturais”, provas de amor e, nessa dimensão, a ideia de que a mulheres não prestam, de que provoca o homem tende a ser vista como valendo menos que este e que merece apanhar ou ser estuprada.

Nossa convicção, nesta Marcha, é a de que devemos sair da estado de letargia que nos submete ao “status quo” mostrando as mudança dessa cultura da violência contra as mulheres e contra o estupro.

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