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Amiga de jovem assassinada na UFPI lembra amizade de 17 anos e planos no ensino superior +

Amiga de jovem assassinada na UFPI lembra amizade de 17 anos e planos no ensino superior: ‘nosso sonho virou um inferno’


Rainara Silva era vizinha e melhor amiga da estudante de jornalismo Janaína da Silva Bezerra, de 22 anos, estuprada e morta durante uma calourada na Universidade Federal do Piauí (UFPI). Rainara, cursa ciências biológicas na instituição, entre muitas lágrimas, contou que as duas se conheciam desde os quatro anos de idade e que os sonhos foram violentamente interrompidos.


“Há 17 anos nos conhecemos e tudo que tenho dela hoje são lembranças do que queríamos a e sensação de que e o nosso sonho virou um inferno”, lamentou Rainara


Muito abalada, a jovem relembrou os sonhos que ela e a amiga alimentaram durante muitos anos. “Sonhamos com o ensino superior. A gente queria construir sonhos. Fomos as primeiras de cada família a entrar na Universidade. Lembro que comemoramos juntas cada uma das nossas conquista”, afirmou.


Segundo Rainara, ela chegou primeiro na festa e Janaína da Silva foi depois. Muito abalada e entre lágrimas, a jovem preferiu não falar sobre o que aconteceu no dia em que a amiga foi morta.


Desdobramentos

O delegado responsável pelo caso, Francisco Costa, o Barreta, afirmou que Janaína já tinha um envolvimento com o suspeito do crime, Thiago Mayson da Silva Barbosa, 28 anos, e que ambos teriam se conhecido em outra calourada.


“O suspeito convidou a jovem para um lugar mais calmo. Antes de ir, Janaína deixou a bolsa com a amiga e acompanhou o suspeito, de posse apenas do celular. Depois de meia hora, Janaína conversou com a amiga e afirmou que estava ‘tudo bem’. Depois disso, não tiveram mais contato”, afirmou.


O delegado relatou que Rainara saiu da festa por volta das 6h da manhã, esperando ter contato com a amiga. Afirmou ainda não saber se dentro da Universidade tem câmeras de segurança interna.


“Antes do crime a amiga perguntou se Janaína queria mesmo ficar com o suspeito e ela confirmou”, disse.


Barreta ressaltou não ter conhecimento de que as salas eram abertas durante a calourada. “Isso será objeto de indagação à administração superior. A gente imagina que em uma calourada tinham pessoas que, se presumem, esclarecidas. Não deveria acontecer um crime como esse”, relatou.


Testemunhas ouvidas

O delegado Barreta afirmou que ainda no auto da prisão em flagrante muitas testemunhas foram ouvidas. “A partir de agora já estamos intimando a administração superior da Universidade Federal, bem como outras pessoas que tenham informações coerentes do fato”, disse.


Barreta divulgou ainda o telefone 181, o Disk Denúncia Homicídios para possíveis casos similares com outras pessoas. A ligação é anônima.


Morta após estupro

Um laudo preliminar do Instituto de Medicina Legal de Teresina (IML) confirmou violência sexual contra a jovem Janaína da Silva Bezerra, de 22 anos, que morreu após calourada na UFPI.


O delegado Barêtta informou que, conforme médica legista, Janaína chegou morta ao Hospital da Primavera, localizado na Zona Norte de Teresina. Ela apresentava lesões no rosto e em diversas regiões do corpo.


De acordo com Barêtta, a jovem foi violentada em uma sala do Programa de Pós-Graduação em Matemática, no Centro de Ciências da Natureza (CCN) da UFPI. No local, foram encontrados uma mesa e um colchão com vestígios de sangue. Os materiais foram apreendidos.


Em nota, o IML confirmou que a causa da morte aponta para trauma raquimedular por ação contundente, isto é, uma contusão na coluna vertebral a nível cervical, que provocou lesão da medula espinhal e morte.


O órgão reforçou que a ação contundente pode ter sido causada "por pancada, torcendo a coluna vertebral ou traumatizando, ação das mãos no pescoço com intuito de matar ou fazer asfixia, queda, luta, dentre outras possibilidades que estão sendo analisadas junto às investigações do caso".


Festa não autorizada

A Universidade Federal do Piauí (UFPI) informou que a administração não havia autorizado a festa realizada na sexta-feira (27). Em nota, a instituição afirmou ainda que está colaborando com as investigações e que vai buscar imagens de câmeras de segurança para ajudar. A instituição declarou que desaprova condutas que coloquem em risco estudantes, professores ou funcionários.


Segundo o Diretório Central dos Estudantes, contudo, as atividades culturais promovidas dentro da instituição nunca precisaram ser diretamente comunicadas, já que são realizadas em espaço destinado às ações estudantis.


O DCE destacou, ainda, que uma luta antiga do Diretório é mais segurança para os estudantes, que têm constantemente relatado assaltos e outros crimes dentro do campus em Teresina. Conforme a entidade, a guarda da UFPI é majoritariamente patrimonial, e não contempla a necessidade de segurança da comunidade acadêmica.


Imagem de capa: divulgação da Universidade Federal do Piauí


LEAL, Isabela: Amiga de jovem assassinada na UFPI lembra amizade de 17 anos e planos no ensino superior: ‘nosso sonho virou um inferno’. Disponível em: <https://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2023/01/30/amiga-de-jovem-assassinada-na-ufpi-lembra-amizade-de-17-anos-e-planos-no-ensino-superior-nosso-sonho-virou-um-inferno.ghtml>. Acessado em 31 de Janeiro de 2023.

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