Internas do Centro de Recuperação Feminino, em Ananindeua, recebem 'Mutirão de Atendimento' alusivo ao Dia da Mulher
Internas do Centro de Recuperação Feminino (CRF), em Ananindeua, participam da 14ª edição do projeto "Cidadania no Cárcere", da Defensoria Pública do Pará (DPE-PA), em parceria com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).
Na segunda-feira (7), as mulheres privadas de liberdade receberam atendimento jurídico, de saúde e participaram de palestras, além de receber orientações sobre violência de gênero e relacionamentos abusivos. Ainda são oferecidos serviços de emissão de documentos e autocuidado.
De acordo com o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), mulheres em situação de cárcere são mais acometidas por agravamento na saúde física e mental do que o restante da população feminina.
Sobre a ação no CRF, o juiz Titular da Vara de Execuções Penais da Região Metropolitana de Belém, Deomar Alexandre de Pinho Barroso, defendeu que todas as unidades necessitam desse tipo de atendimento psicológico, social e jurídico.
“Às vezes, tem alguma falta, uma falha, a exemplo de um advogado abandonar uma causa, o processo fica parado. Há a necessidade realmente da movimentação, para que o Direito seja garantido. É preciso esse cuidado, e os internos e as internas merecem”, ressaltou.
“Com essas ações, com as palavras às pessoas apenadas, que acima de tudo, trazem uma palavra de acalento, humanizada, para uma pessoa que passa por um momento de sua vida privada de liberdade. É um projeto premiado da DPE e já atendeu mais de 5 mil pessoas e tem a meta ambiciosa de atender até o final do ano todas as unidades prisionais do estado do Pará. Isso é feito com o Ministério da Justiça, com a equipe da Polícia Civil, e com esse time de defensores e defensoras públicas da DPE”, disse o defensor público geral, João Paulo Ledo.
“Lá na frente, vamos colher os frutos, que é a tão sonhada reinserção, a ressocialização mesmo, e nesse processo a DPE é fundamental”, assegurou o coronel Marco Antônio Sirotheau.
Na ação foi informado que os produtos da Cooperativa Social de Trabalho Arte Feminina Empreendedora (Coostafe), que funciona no CRF, serão comercializados em uma rede de supermercados de Belém, gerando renda para as cooperadas.
G.L.M, de 47 anos, foi uma das 110 mulheres atendidas hoje no mutirão jurídico. Ela se mostrou satisfeita e disse que o atendimento dos defensores havia sido excelente. “Pra mim foi ótimo porque não tenho advogado, então é uma assistência que gostei bastante. Está ótimo”, garantiu.
Uma das maiores reivindicações das internas é sobre o andamento de seus processos judiciais, além de saúde e oportunidades de trabalho, diz a diretora do Centro, Rita Canto.
"É fundamental que essas ações aconteçam pelo menos de seis em seis meses ou de três em três meses. Ajuda em todos os sentidos. Elas passam a acreditar no corpo diretivo e isso é fundamental”, defendeu a diretora.
No primeiro dia do mutirão, 224 apenadas receberam o atendimento jurídico que prosseguirá até esta terça (7). Elas foram divididas em três grupos: presas temporárias; condenadas e semiaberto.
Das 155 presas temporárias, 110 receberam a atenção aos seus processos, faltando apenas 21 para finalizar o grupo. Entre as 146 já condenadas, 144 foram acolhidas, restando 35 serem atendidas.
Nesta terça, a previsão é que 169 internas sejam atendidas para o mutirão jurídico, sendo 35 condenadas no fechado, 21 Provisórias e 113 do Semiaberto.
Imagem: Uchoa Silva/NCS Seap
sem autor: Internas do Centro de Recuperação Feminino, em Ananindeua, recebem 'Mutirão de Atendimento' alusivo ao Dia da Mulher. G1 Pará, 2023. Disponível em: <https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2023/03/07/internas-do-centro-de-recuperacao-feminino-em-ananindeua-recebem-mutirao-de-atendimento-alusivo-ao-dia-da-mulher.ghtml>. Acessado em 07 de Março de 2023.
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